Ele brincava quieto no quarto, todo concentrado em sua rotineira atividade de desmontar as coisas, carrinhos, relógios, rádios de pilha, bonecos do Paraguai. Dava pra Engenharia desde pequenino. A família estava despreocupada. Então, Felipe sai chorando do quarto ao descobrir o mistério:
- Pai, mãe, o mosquito mordeu meu olho!
Era incompreensível aquele choro. E como era infinito, não sobrava espaço pra investigações. Até Felipe chegar num estágio de calma e apenas fungadas espaçadas, todos estiveram inquietos procurando explicação para mordida de mosquito dentro do olho.
Ele, então, mostrou em seu cantinho de olho aquele orifício por onde saem as lágrimas, para comprovar sua teoria de menino:
- Olha, ele me mordeu, mordeu meu olho! Olha o furinho da mordida!
* Texto para Felipe Fassarella, amor de menino.