terça-feira, 3 de novembro de 2009

Leve-me

Acordei hoje tão leve
Que nem pássaro avoando
Como se de noite, na cama
Anjos me pusessem asas
Serafins colassem penas
Ou palhaços de circo prendessem
Meu vestido
Em bolhas de hélio
Como se avião virasse
Ou em cesto de balão acordasse
Como se nuvem de gotas fosse
Acordei sorrindo pro céu azul
Olhando pro sol
Com vontades de Ícaro
Sonho de borboleta
Como se asas tivesse
De parapente voasse
De repente João de Barro me tornasse
Acordei sem chuva
Com leveza de flocos de algodão 
Pensamentos de fada
Como se de noite, na cama
Um anjo caído, tristonho
Colasse em meu corpo
Pluma branca ou púrpura
Tirada do meu travesseiro
E acordada continuei leve
Sem corpo e sem chão
Alma pura, alma apenas
Sem duras penas
Energia e mais nada